As dependências mais comuns e como as identificar
Quando falamos destes vícios, referimo-nos a alguém que não consegue viver sem determinada coisa, pessoa ou situação. As dependências são perigosas não só para quem as experiencia, como também para as pessoas mais próximas e que lidam diariamente com essas situações.
Obviamente que não estamos a comparar "um lado com o outro", mas a verdade é que este tipo de vícios deve ser analisado da forma mais abrangente possível, para que a identificação do mesmo e posterior tratamento sejam bem sucedidos.
Quais são as dependências mais comuns?
Seja a dependência do tipo que for, a verdade é que existe uma característica que todas partilha: a perda de controlo. A pessoa que está viciada em algo ou alguém não reconhece que o está, enfrentando grandes dificuldades em gerir o seu dia-a-dia e a realidade em que vive.
A pessoa dependente não consegue fazer juízos de valor nem prever as consequências da suas ações, que acabam por afetar todas as áreas nas quais a mesma está envolvida (família, trabalho, estudos, entre outras). Os tipos de dependências mais comuns são os que se seguem:
- Álcool;
- Drogas;
- Jogo (online ou offline);
- Alimentar (bulimia, anorexia ou obesidade);
- Compras (gastar dinheiro em algo);
- Sexo.
Estes são apenas alguns dos exemplos das variações que as dependências podem assumir. Ainda que estejamos mais habituados a ouvir falar de situações de toxicodependência ou alcoolismo, a verdade é que estes não são os únicos vícios que existem.
Uns podem ser físicos, mas os psicológicos também existem e podem ser tão maus ou piores, dependendo da situação. Há pessoas que se viciam em substâncias, como é o caso das drogas, mas outras que são viciadas, por exemplo, numa outra pessoa - não a deixando nunca em paz.
Em casos extremos, estas dependências podem assumir circunstâncias realmente graves, pelo que é importante que as mesmas sejam identificadas o quanto antes de forma a não prejudicarem a saúde dos indivíduos dependentes.
Como identificar uma situação de dependência
As situações de toxicodependência ou alcoolismo são, talvez, ligeiramente mais simples de identificar, isto porque falamos de algo físico, que é consumido sem qualquer controlo. O mesmo acontece com dependências alimentares, quando pessoas começam a comer em excesso ou a não comer de todo face às circunstâncias em que se encontram.
Mas, e como já referimos, também as situações de dependência emocional existem e devem ser valorizadas. Na maior parte das vezes, essas relacionam-se com outras pessoas (ou com a perda recente de alguém próximo), mas não têm de, necessariamente, acontecer sempre dessa forma. Por isso, os sintomas mais facilmente identificáveis nesses casos são os seguintes:
- Dificuldade em tomar decisões (simples ou complexas) autonomamente;
- Dificuldade em discordar do outros, com medo de rejeição;
- Colocar-se sempre em "segundo lugar" face à pessoa de quem está dependente;
- Não conseguir fazer nada sozinho e depender de outra pessoa para as tarefas mais simples;
- Incapacidade de se sentir bem sozinho;
- Ciúmes exagerados;
- Exigências que levam outra pessoa a estar sempre por perto;
- Dificuldade em fazer amizades ou manter outros relacionamentos.
É importante procurar ajuda nesse tipo de casos, como aquela que o Instituto de Apoio ao Jogador (IAJ) oferece, já que este é considerada ou dependência tão ou mais grave do que aquelas que existem com o álcool ou drogas.
No fundo, as dependências são isso mesmo. A incapacidade de "estar bem" longe das mesmas e só se sentir melhor quando se vai de encontro ao vício. Emocional ou física, é essencial que a condição seja identificada e tratada rapidamente para não atingir patamares irreversíveis.
As implicações para a saúde são reais e podem, em alguns casos, conduzir à morte de alguém. Esta é uma situação frequente no tratamento da toxicodependência, por exemplo, ainda que existam várias clínicas no país (e fora dele) prontas para prestar a ajuda necessária.
Seja o indivíduo dependente de droga, do jogo ou de alguém, o mais provável é que, a certa altura, perca o controlo da situação - ainda que esteja convencido do contrário. Apesar de tudo, é importante que as pessoas que o rodeiam estejam atentas e alertem a pessoa para as consequências dos seus atos.
Nesses casos, a ajuda profissional é altamente aconselhada, assim como o aconselhamento psicológico que a deverá anteceder. Ninguém deve abandonar um vício sozinho, já que isso pode conduzir a implicações graves.