Microfilmagem: o que é e como funciona

O método é muito famoso para guardar documentos.

Luísa Santos29 Jan 2020
É mesmo aquilo que estás a pensar: a microfilmagem é, fundamentalmente, um processo fotográfico que, ao contrário de outros mais comuns, não recorre câmaras convencionais para levar a cabo a sua utilização. As câmaras usadas são, por isso, muito mais pequenas e, por sua vez, captam fotografias substancialmente menores que, se devidamente armazenadas, podem durar até 500 anos.

O que é a microfilmagem

Este método ganhou fama a par do surgimento da IT (Informática), que potenciou uma série de novas criações. Em termos de processos de armazenamento e categorização, a microfilmagem foi aquele que maior destaque ganhou, mantendo-se em utilização até aos dias de hoje.

Este processo fotográfico é uma mais-valia pela capacidade que tem de reduzir grandes arquivos e outros documentos. O seu volume original é, por isso, substancialmente reduzido e armazenado em pequenos fragmentos fotográficos.

Esses são de fácil acesso, para além de estarem muito mais organizados do que a sua forma original - onde podem existir documentos que, por alguma razão, se percam ou estejam categorizados erradamente.

Ao documentar grandes volumes em forma de filme, este processo permite, ainda assim, garantir a veracidade de cada documento, o que lhe confere autenticidade - sobretudo quando falamos de documentos de consulta pública.

Porque é que a microfilmagem é útil
Pode não parecer, mas a verdade é que este método é extremamente útil, não só para locais que se vejam obrigados a armazenar grandes quantidades de documentos, como também para aqueles que têm coleções privadas e pretendem guardá-las de forma mais prática e segura.

Para além disso, o processo de consulta é, também ele, muito mais simples. Tudo o que precisa para ler documentos microfilmados é de uma lupa e, digamos, alguma atenção àquilo que se está a ler.

Qualquer pessoa pode recorrer a este método, o que significa que, mesmo aquelas que têm coleções privadas em casa e precisam de mais espaço para armazenar novos títulos, podem microfilmar os documentos disponíveis de forma a organizá-los de melhor forma.

Os locais que armazenem muitos livros e documentos, sejam eles de consulta pública ou não, como é o caso das bibliotecas, beneficiam (e muito) da microfilmagem, isto porque reduzem substancialmente o espaço ocupado nas prateleiras e garantem, mesmo assim, a fiabilidade dos documentos - o que não aconteceria caso esses fossem, apenas, digitalizados.


Microfilmagem vs. Digitalização
Ainda que possam parecer semelhantes, falamos de processos totalmente diferentes. Em primeiro lugar, estes opõem-se pela questão da autenticidade de documentos que, por si só, a digitalização não garante.

A microfilmagem pode ser vista como um género de digitalização, porque o é, mas é a única que garante a veracidade dos títulos filmados - fundamental em consultas e referenciações.

A microfilmagem consiste em fazer uma cópia de um documento, que é armazenado num microfilme, ou seja, num rolo que guarda milhares de outros pequenos filmes. Quando armazenados corretamente, esses podem durar até 500 anos, nunca comprometendo a qualidade dos documentos.

A digitalização, por sua vez, é responsável pela cópia de documentos para um formato digital, sendo o seu armazenamento feito de forma virtual. Para além disso, este processo exige a utilização de equipamentos digitais (scanners ou impressoras multifunções) que, sem o desenvolvimento de software, nunca seriam possíveis.

Falamos, por isso, de um método que depende diretamente do avanço tecnológico e da existência de uma forte componente digital para existir. Os documentos, depois de digitalizados, são armazenados de forma eletrónica - o que não acontece no caso da microfilmagem.

Como acontece a microfilmagem: as etapas
Como qualquer outro método, também este passa por diferentes etapas, cuja ordem deve ser respeitada, de forma a não comprometer o processo:

  1. Os documentos são digitalizados e indexados, para que a sua localização e consulta sejam sempre simplificadas;
  2. É necessário confirmar a organização e ordem de cada ficheiro digitalizado, para que se possa passar à captação dos microfilmes - um dos melhores equipamentos no mercado são os da Kodak Alaris;
  3. Depois de microfilmados, os documentos ficam armazenados de forma segura, o que impede a sua deterioração. A sua consulta deve ser feita por intermédio de uma lupa.

As vantagens da microfilmagem
Este processo fotográfico é muito útil, principalmente quando falamos de locais que precisem de armazenar grandes volumes de documentos. A sua utilização é ainda mais vantajosa quando comparada com a digitalização, pelo que importa conhecer as suas mais-valias:

  • Garante a veracidade dos documentos fotografados, prevista por lei;
  • Armazena os documentos de forma segura, evitando a sua deterioração;
  • Torna a falsificação praticamente impossível;
  • Garante a durabilidade das normas ISO e ANSI durante o tempo de armazenamento;
  • Não exige softwares dedicados para consultar documentos - é um processo analógico, feito com uma lupa;
  • As imagens fotografadas têm muita qualidade;
  • Categoriza os documentos de forma correta, facilitando a sua consulta.

No fundo, a microfilmagem é um processo que veio simplificar a forma como documentos são armazenados e categorizados, nunca comprometendo a sua veracidade e possibilitando, ainda assim, a apresentação de imagens de alta qualidade.

Por economizar (muito) espaço, este processo é utilizado não só em bibliotecas, como em organizações, escritórios, empresas e universidades que tenham grande volume de documentos.
Autor
A paixão pelas palavras acompanha-a desde sempre e a curiosidade por aquilo que não sabe leva-a a verbalizar todas as perguntas. É Licenciada em Ciências da Comunicação, com especialização em Jornalismo, e Mestre em Multimédia. Escrever mais e melhor será sempre o seu maior objetivo.
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