Fisioterapia ao Domicílio ou Fisioterapia numa Clínica?

Escolha o melhor tratamento dentro da especialidade de Fisioterapia para si

Miguel Arranhado15 Nov 2019
Quando os nossos pais ou avós necessitam de fazer fisioterapia, é muito comum ficarmos a pensar se devemos contratar um fisioterapeuta para fazer o tratamento no domicílio do idoso ou se será melhor levá-lo a uma clínica de fisioterapia para fazer o seu tratamento. 

Um fisioterapeuta consegue ajudar a relaxar os músculos com uma massagem, a acabar com uma dor na coluna com um tratamento e até ajudar alguém a voltar a andar depois de um acidente.

Antes de mais, é preciso compreender que as duas formas de tratamento são igualmente são válidas. Tanto a clínica como o atendimento domiciliar têm com profissionais, recursos e equipamentos adequados para garantir o devido tratamento ao paciente. Por isso, a resposta à questão deste artigo é: Depende!

Antes de tomares a tua decisão, é necessário entender qual do idoso em termos do seu dia-a-dia e da sua relação com a família mais próxima. Com isso em mente, segue estas três perguntas e respostas para poderes perceber qual a melhor solução para a pessoa que tentas ajudar. 

#1 – Qual A Razão Que Leva O Idoso A Necessitar De Fisioterapia?

Esta pergunta costuma é bastante recorrente, quando se entra em contacto com um Fisioterapeuta ou uma Clínica de Fisioterapia à procura de uma vaga. É muito importante perceber o que motiva a necessidade deste tipo de tratamento para que se possa estruturar um plano de cuidados mais adequado para o idoso em questão.

Grande parte dos idosos sofre de doenças crónicas, que muitas vezes fogem ao seu controlo e que acabam por levar a perda do funcionamento do seu corpo e da sua independência, impactando em muito a sua qualidade de vida. Paralelamente, também podem surgir outras questões de saúde que podem agravar ainda mais o seu estado de saúde.

Um idoso que tenha fraturado o fémur, por exemplo, terá provavelmente bastantes dificuldades em se movimentar nos primeiros meses das suas sessões de fisioterapia. Devemos pesar o custo – benefício em tirares um idoso da sua casa e colocá-lo num carro, para depois tirá-lo do carro para entrar na clínica, fazer a sua sessão de fisioterapia, voltar para o carro e voltar para sua casa. 

Esta rotina, que pode parecer simples para qualquer um de nós, vai acabar por se tornar num desafio para um idoso com limitação na sua mobilidade. Para estes e outros casos em que o idoso demonstra ter alguma dificuldade em caminhar, muito desequilíbrio, tonturas frequentes ou medo de cair, sair de casa pode acabar por se tornar num risco ainda maior para a sua integridade física.

Contudo, se estivermos a falar de um idoso sem limitações físicas importantes e capaz de caminhar sem muitas dificuldades, ir até uma clínica de fisioterapia pode ser uma boa opção.

#2 – O Idoso Tem Condições De Ir Sozinho Até A Uma Clínica De Fisioterapia?

Alguns idosos podem não ter grandes limitações físicas, mas podem sofrer de alguma questão de memória ou de comportamento, o que os impede de saírem de casa sozinhos. Noutros casos, não existe nenhuma questão cognitiva ou física, mas o idoso não se sente seguro para sair de casa sem ser acompanhado e, por vezes, esta sensação de insegurança pode ser sentida pelos próprios familiares.

Seja qual for a questão, a verdade é que o idoso precisa sempre de alguém que o acompanhe e se disponibilize a levá-lo, que aguarde que o tratamento termine e que o traga novamente para casa. Este processo pode envolver alguns gastos, como combustível e estacionamento, que não são incluídos nos orçamentos das clínicas de fisioterapia. 

Para além disso, algumas famílias conseguem-se organizar para que esta rotina seja cumprida, no entanto, para outras pode ser uma rotina impossível de cumprir. Neste último caso, a fisioterapia ao domicílio pode ser uma alternativa viável para que o idoso faça a sua sessão seguindo os horários e rotina da família ou dos cuidadores.

#3 – O Que Vamos Reabilitar?

Muitas vezes a necessidade de fisioterapia é só a ponta do iceberg. Na Gerontologia (ciência que estuda o envelhecimento humano), o foco é atenção total ao idoso, ou seja, o idoso pode estar “apenas” com uma dor no joelho, mas necessitamos de estar atentos ao todo e fazer uma avaliação completa.

Por exemplo, uma dor no joelho pode ser uma Gonartrose (desgaste da cartilagem do joelho), bastante normal em pessoas de determinada idade, mas o ideal é que haja um acompanhamento médico para que se faça o diagnóstico preciso. A dor no joelho pode ser causada por diversos motivos e o excesso de peso pode agravar a situação clínica. Neste caso, seria importante haver uma avaliação feita por um nutricionista, de forma a iniciar-se uma reeducação alimentar para começar a haver uma redução de peso e, consequentemente, um alívio da dor e da sobrecarga no joelho.

Se o idoso tiver uma dor no joelho, provavelmente, deve estar com alguma dificuldade em caminhar e esta limitação pode acabar por levar a uma queda perigosa. A sua casa está adaptada às suas limitações, de forma a diminuir o risco de uma queda? O idoso está a usar uma bengala ou algum outro auxílio para andar e diminuir a sobrecarga no joelho e proteger a articulação?

São muitas perguntas, não é verdade? Algo aparentemente simples pode, de facto, se tornar bastante complexo, quando estamos a falar de idosos. Daí a importância de poder ter acesso a uma equipa multidisciplinar que possa oferecer um acompanhamento completo ao idoso.

Para conseguires detectar todas essas questões, necessitas de fazer uma Avaliação Gerontológica Ampla e, para isso, o tratamento ser feito no domicílio facilitará o acesso a diversos profissionais e também à casa do paciente, para se poder avaliar a necessidade de alguma adaptação. 
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