O ontem, o hoje e o amanhã dos meios de comunicação e marketing são caminhos que podem ser traçados mas não adivinhados na evolução constante destes assuntos. O que antigamente se cingia ao jornal, rádio e depois televisão como comunicação e publicidade para chegar às massas tornou-se em algo em moldes completamente diferentes para chegar a uma demografia mais ampla. Hoje em dia a rádio é mais usada como companhia, a televisão quase caiu em desuso e os jornais físicos são algo no qual as gerações mais velhas depositam a sua confiança. Em todas elas as estratégias de marketing podem divergir.
Houve uma necessidade de melhoramento dos tipos de média, das suas vantagens e desvantagens, da maneira como o marketing é aplicado, para chegar às camadas mais jovens. A rádio talvez se mantenha o meio de comunicação mais fiel à sua essência, porém os programas de televisão chegam maioritariamente a camadas de espetadores mais velhas – com o surgimento de métodos de alcance de conteúdos de interesse à escolha de um clique – e os jornais migraram parte de si para o mundo online.
Em que moldes existem os meios de comunicação hoje em dia?
As revistas
As revistas são diferentes do que eram antigamente. Muitas conseguem manter o seu destaque em conteúdo, porém viram-se obrigadas a seguir o avançar dos tempos e à adaptação às gerações mais recentes de modo a manter-se relevantes. Não é novidade que os meios de comunicação estão em constante evolução e, como tal, a adaptação é impossível de passar ao lado. De modo a cumprir o seu dever junto do novo público, os conteúdos mudaram em alguns casos, de modo a agradar aos millenials e centennials que têm gostos e preferências, assim como hábitos de uso, bastante diferentes das gerações anteriores, e as estratégias de marketing acompanharam este processo. Algumas revistas migraram parte de si para o mundo online, onde os mais jovens passam a maior parte do seu tempo.
Os jornais
Assim como as revistas, os jornais tendem agora a abrir horizontes para a internet, fornecendo maneiras de partilhar notícias nas redes sociais, salvaguardando-se com o uso de publicidade paga – que não é novidade – e as habituais assinaturas para um acesso mais abrangente ao conteúdo ao qual os jornalistas se dedicam com afinco. Os jornais, tal como as revistas, já foram vistos como um bloqueio à comunicação cara a cara, culpa agora atribuída aos smartphones e redes sociais, porque com o avançar dos tempos a culpa é herdada, apesar do conteúdo jornalístico chegar às mesmas de qualquer das formas. Será que a juventude não tem paciência para comprar um jornal numa banca e desfolha-lo nos pequenos tempos livres que tem?
A televisão
A televisão caiu em desuso por parte das camadas mais jovens, que são impacientes e preferem escolher livremente o conteúdo digital ao qual são expostos, incluindo a publicidade, que é adaptada ao consumidor. Surgiram então serviços que oferecem essa escolha pessoal e personalizada. À distância de uma pequena pesquisa, filmes, séries e vídeos estão disponíveis, e embora em muitos casos pagos, estes serviços tornaram-se muito mais presentes na vida das novas gerações. A televisão em si, programada e organizada com a velha lógica, tenta chegar até eles com possibilidade de gravação, com programas e documentários que chegam a qualquer um, mas muitas vezes acaba por ser vista pelos espetadores mais velhos, de velhos hábitos que um dia talvez se percam, e é neste meio que se verifica o marketing orientado para pessoas mais velhas.
A rádio
Em constante evolução e recriação, a rádio mudou muito ao longo dos tempos, tentando inovar com a programação, com música que apela a todas as gerações – dependendo da frequência – a publicidade e as notícias, que vêm num modo muito mais compacto que nos jornais e televisões. Em pequenos segmentos, o ouvinte mantém-se a par da atualidade, naquele pequeno tempo disponível a caminho do trabalho ou no regresso. A rádio, outrora companhia para todas as ocasiões, tornou-se em ponto de passagem em viagens. E eis que chegamos aos meios de comunicação que apela às gerações mais recentes: as redes sociais, que, queiramos ou não, tornaram-se num desaguar da comunicação social.
As redes sociais
Com redes sociais mais ou menos populares, as gerações mais novas obtém as suas informações de formas originais, misturadas entre brincadeiras e imagens que não passam de passatempos, porém já encontraram o seu lugar nos media e o seu nicho de mercado. A internet facilitou a pesquisa de informações relevantes a cada pessoa – o que ditou a morte das enciclopédias – e muitos jovens obtém o seu conhecimento no que diz respeito à atualidade através de redes sociais como o Facebook ou o Twitter. Se perguntarmos a um jovem onde soube de um problema social, decerto responderá que foi a internet que lhe entregou a informação. Sendo a juventude mais letrada nas novas tecnologias, é menos passível de cair nas chamadas fake news, mas nem sempre se escapa. Tal como as pessoas mais velhas, por vezes ignoram as fontes e verificação da credibilidade das mesmas e dão por si a acreditar em “notícias” que convidam o absurdo a entrar nas suas vidas, mesmo quando este surge para camuflar verdadeiros problemas da actualidade.
Os meios de comunicação podem ser a melhor fonte de notícias e conteúdo relevante – incluindo a publicidade endereçada a públicos específicos – mas podem também ser perigosas, uma vez que nem todos os meios de comunicação mostram o real, apenas um lado do prisma, e levar as massas a crer em algo que diverge da realidade. É, portanto, imperativo, que se mantenha um espírito crítico e a curiosidade de saber mais, através da pesquisa em fontes idóneas onde a comparação mora. É neste ponto que a internet é importante: a globalização e o acesso a diversos pontos de vista sobre temas relevantes. Quanto à ocupação quase obsessiva dos jovens que vivem no mundo dos smartphones e laptops, o mundo que as empresas já aproveitam para aplicar estratégias de marketing mais focadas,que levam ao que as gerações anteriores dizem ser um afastamento da realidade, o mesmo foi dito da televisão e anteriormente dos jornais. É seguro, portanto, esperar que as gerações vindouras culpem cada nova tecnologia pelo isolamento social. Os meios de comunicação que sobrevivem – e, cremos, sobreviverão através da adaptação – à mudança dos tempos, ficarão por cá, a mostrar a sua importância, palavra a palavra, escrita e falada.
Escritora há largos anos, em vertentes desde copy a content, passando por jornalismo.
Neste projeto contribuiu com artigos sobre os mais variados temas com investigação profunda e um toque fresco que, tal como este projeto, decerto marcam pela diferença.